quarta-feira, maio 10, 2006

Prémios e Inovações

Numa semana de prémios, serve este artigo para dar os parabéns à meios e publicidade, pela iniciativa que tem vindo a levar a cabo, com a entrega dos Prémios Meios e Publicidade e que reflectem o que de bom se faz na comunicação em Portugal. Precisamos destas iniciativas para destacar as empresas, as marcas e as pessoas que produzem os conteúdos que moldam o nosso mercado.

Mas, principalmente, há que dar os parabéns a todos aqueles que foram nomeados, os que ganharam os “galardões”, mas também àqueles que não foram seleccionados mas que tinham condições e trabalhos para o ser.

Assistimos diariamente a um conjunto de actividades de comunicação que tentam resolver os problemas das marcas. E essas acções, com maior ou menor eficácia, têm vindo a tentar encontrar soluções que visem envolver, fidelizar e motivar os consumidores. Mas continuamos a fazer mais do mesmo, a copiarmo-nos uns aos outros, a usar terminologia difícil de entender e a tratar o consumidor como alguém que não tem informação, opinião ou vontade. Ou, ainda mais grave, alguém que não sabe o que quer e vai fazer exactamente o que lhe mandam.

Vemos nas campanhas da banca, do retalho, dos automóveis, das telecomunicações, das bebidas, e em tantas outras categorias de produto propostas (pouco) criativas, que se copiam umas ás outras e que se preocupam mais com o seu concorrente do que com o benefício ao consumidor.

E temos mais do que provas dadas de que não temos nem falta de inovação nem de criatividade. Destaco algumas campanhas recentes que tentaram e conseguiram sair deste âmbito “monocórdico” de comunicação. A campanha da Diese com uma soberba direcção de arte. A campanha do Institucional do BPI com as personalidades da nossa sociedade, reflexo de uma estratégia inteligente de resposta à OPA. A campanha da Frize com a OPA das águas numa gestão de “marketing de guerrilha” brilhante ou a campanha da Fundação Portuguesa de Cardiologia, pela inovação do uso dos meios de comunicação com os “mortos” espalhados pelas ruas. Campanhas que mostram que as ideias continuam bem vivas e as marcas quando querem conseguem ser eficazes.

Mas também há que salientar algumas acções que nos dão sinais de que o mercado está em movimento e que nos deixam optimistas face ao resto do ano. Agências premiadas no estrangeiro, empresas que lançam novos projectos/marcas e outras que se estruturam, com a confiança de que o mercado não é uma crise pegada. Destaco a dinâmica de crescimento da Desafio Global, com a criação de novas marcas em áreas que complementam a sua actividade e a A Vida É Bela com o lançamento da primeira Expecials Beach do mundo, onde o serviço é de um hotel de luxo numa praia Portuguesa. Até onde iremos com o Experience? Longe!

Pelos prémios, pelas campanhas e pelas inovações, pelas marcas e pelas pessoas, há que olhar com optimismo para o futuro e esquecer que ás vezes há marcas que procuram a solução fácil e igual à concorrente. E já agora que a nossa marca Portugal saia reforçada do Mundial.

Publicado na Meios e Publicidade de 11 Maio 2006