Como resultado do Curso de Comunicação e Eventos da Formação de Executivos do INP, recentemente terminado, junto se reproduzem as visões de alguns alunos que incorporaram a turma, sendo cada uma a opinião baseada em experiência, aprendizagem e conhecimento sobre uma área cada vez mais em crescimento no nosso mercado.Sob o Briefing o Futuro dos Eventos seguem as visões:A Visão de Teresa Missionário:Comunicar é o objectivo. Todos os dias se inova e desenvolvem-se novas técnicas para comunicar de modo mais perene. Passar mensagens mais fortes e mais marcantes. Conseguir que seja a nossa mensagem a ficar retida na mente do cliente é a grande prioridade.
Os eventos estão na ordem do dia como mais um meio, tendencialmente preferencial, de comunicar e relacionar marca e cliente. Um momento que satisfaz uma necessidade, a necessidade de uma relação mais forte, mais marcante, mais inesquecível. O objectivo dos eventos é criar um “território relacional”, um local onde se encontram partes interessadas. Um determinado espaço onde reunimos o nosso público-alvo para que lhe sejam passadas mensagens, para que seja influenciado, ouvido, sentido e, por último, marcado. Queremos criar valor e o evento proporciona-nos notoriedade, mediatização, corporização, RP´s e experiências. O evento entrega-nos relações, ligações.
Intimamente ligadas aos eventos encontramos as experiências. Muitas vezes são as experiências que ficam marcadas na memória, guardadas para sempre. Assim, através da EMOÇÃO as marcas ganham uma oportunidade na mente dos clientes. O objectivo é proporcionar momentos de fuga à rotina e ao quotidiano, explorar e estimular os 5 sentidos e, assim, gerar sorrisos.
Foi possível ao longo da formação perceber o desenvolvimento deste sector através de toda a sua cadeia de valor. As perspectivas de:
- espaços receptores de eventos, perceber como se desenvolveram nos últimos tempos e como se movimentam para prestar sempre um bom serviço, com muita flexibilidade, adaptando-se a um mercado cada vez mais exigente,
- empresas organizadoras de eventos, com grande criatividade na busca de ambientes e ideias novas, têm desenvolvido todo um conceito para tornar o evento o momento inesquecível.
- clientes, realizadores de eventos, empresas e marcas cada vez mais reconhecem este novo meio de comunicação como um meio preferencial. O evento realmente acrescenta valor ao seu negócio e, como ele, expande-se pelas mais diferentes áreas de negócio, adapta-se às exigências e especificidades de cada uma e, por fim, - o consumidor do evento desfruta e vive aquilo que lhe é apresentado.
Por último, tornou-se clara a evolução na área dos eventos e constata-se que o sector se tornou exigente, criativo, competitivo e muito profissional.
A Visão de Teresa Matos:
Os eventos estão na moda. Basta estar atento à realidade que nos cerca para que nos apercebamos da profusão de «acontecimentos», ainda mais acentuada durante a época estival. Afinal, o que são «eventos»? Qual a sua importância estratégica? Como e quem os organiza?
Perante o cansaço demonstrado pelos modelos comunicacionais convencionais (nomeadamente ao nível da publicidade) e a crescente apetência dos consumidores por novas formas de abordagem, os eventos têm-se assumido em Portugal como excelentes plataformas de comunicação para as marcas, pois incrementam um aspecto fundamental da relação marca-cliente: o contacto directo e a experimentação da primeira pelo segundo, sob as mais diversas formas, que cada vez mais se destacam pela criatividade e experiências sensoriais envolvidas.
É no quadro do crescimento deste sector que se inscreve a formação de executivos do INP. Sem prejuízo de todas as vertentes envolvidas na organização, comunicação e dinamização de um evento, ou do que são as novas tendências no sector, gostaria de destacar um aspecto particular – a (des)regulamentação do sector eventos e a sua articulação com a especificidade de cada acontecimento. Numa perspectiva macro, o sector dos eventos caracteriza-se pela ausência de um quadro regulatório. Tal facto permite a entrada de muitos jogadores, actuando no mesmo palco empresas credíveis e profissionais e empresas «oportunistas». Não havendo um conjunto de regras, precisas e claras, que a todos obriguem, é igualmente impossível certificar a qualidade do desempenho individual de cada um dos operadores. No entanto, no dia-a-dia, a organização de um dado evento enfrenta uma série de quadros legais e éticos que condicionam a sua produção.
Organizar um evento, por menor que seja a sua dimensão e impacto, implica o conhecimento da área em que o mesmo se insere; é necessário conhecer as particularidades para que, no fim, o evento não tenha um desempenho contrário ao esperado/desejado. Um exemplo ilustrativo desta condicionante reside no sector farmacêutico. Aqui, a organização de qualquer evento não pode ser alheia às regras que «limitam» o sector, não as pode infringir sob pena de uma elevada penalização, legal e/ou ética. E cada espaço/ambiente tem também as suas próprias regras. Eventos ao ar livre e em locais públicos, por exemplo, não podem ser levados a cabo sem o cumprimento de um sem número de regras e exigem múltiplas licenças e autorizações. E em outros locais, outras restrições, nomeadamente a recente legislação sobre o fumo, com impacto em eventos que se desenrolam em espaços fechados, como foi ilustrado no caso do Pavilhão Atlântico. Não deixa, no entanto, de ser curioso que a implementação de um evento enfrente um tão vasto e diverso conjunto de restrições e regras, quando o sector em si carece de um quadro regulatório. Numa perspectiva macro, não há um conjunto de regras definidas e comuns a todos quantos organizam eventos em Portugal. Numa perspectiva micro, pelo contrário, verifica-se que cada «acontecimento» que se pretenda criar tem de se ater a um conjunto de regras, que pode ser maior ou menor, mais ou menos restritivo, segundo as características do próprio evento, o local escolhido para o mesmo ou as características da área em que se insere.
Assim, apesar das novas tendências que se prenunciam no horizonte ao nível da organização de eventos, em Portugal há ainda que ultrapassar o desafio da regulamentação de forma a credibilizar e certificar o sector.