quarta-feira, julho 12, 2006

Compram-se Jornalistas

Este artigo está escrito há pelo menos dois meses, mas só agora me pareceu relevante publicá-lo, pois a poeira a respeito do lançamento do livro do Professor Manual Maria Carrilho sobre a sua experiência nas autárquicas já assentou.

Mas dizia eu: Se eu lesse este título questionar-me-ia sobre a veracidade desta informação, já para não pensar na completa falta de noção da realidade que a mesma revela.

Se se compram jornalistas pergunto eu, parafraseando um grande amigo e profissional do mercado das agências de comunicação (Salvador da Cunha – Ceo da Lift): “onde é que eles se vendem”?

Porque até hoje e já cá ando há uns anos nunca vi ou tomei conhecimento do super-mercado de venda de jornalistas. E garanto que esta opinião é partilhada por todos quantos no dia-a-dia trabalham na relação agências de comunicação vs. jornalistas.

Por isso pergunto: o que é que possa passar na cabeça de alguém que sem ter credibilidade, nome ou sequer obra feita nesta àrea (quiçá noutras) pode lançar a suspeição sobre as empresas de comunicação e sobre os profissionais do jornalismo? Mais ainda lançando um livro, que será sucesso de vendas absoluto, onde coloca disparates atrás de disparates. E mais grave ainda com o apoio de um profissional do jornalismo como é Emidio Rangel (que motivações terá para ter dado este apoio?). Lembramo-nos do fantástico programa na RTP onde frente-a-frente estavam o autor e apoiante de um lado e o Director Editorial da SIC por outro, que mostrou a dignidade e o elevado profissionalismo dos jornalistas. Bom e mau há em todo o lado, como é óbvio, mas conforme é descrito no livro? Por favor.

Como pode alguém, para justificar a sua incompetência, culpar outros de manipulação e compra de jornalistas? Sinto-me ofendido (e não sou nem jornalista nem assessor de imprensa) e desrespeitado por alguém (ou alguéns) que nem sabem do que falam. Sugeria ao Professor Manuel Maria Carrilho que se concentrasse nos seus afazeres de deputado (terá afazeres?) e se deixasse de “disparates” (tal como dizia o seu homónimo no contra-informação).

Por outro lado, talvez seja altura das empresas de comunicação e do sector em geral, se unirem na credibilização da profissão, para evitar futuras afirmações infelizes como esta. E talvez possam os jornalistas dizer que até seja mais fácil comprar politicos do que jornalistas... E se calhar muitos sabem do que falo.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Gostei camarada. Voltei ao teu blogg. Um abraço

Pedro Trindade

12:40 da manhã  

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