sexta-feira, agosto 07, 2009

Fast Fashion

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As novidades multiplicam-se, o ritmo de vida é acelerado, a sociedade muda constantemente, o lifestyle modifica-se, as exigências aumentam, e a mente do consumidor transforma-se.

As necessidades das pessoas mudam cada vez mais rápido e de forma continua. Os guarda-roupas são o exemplo mais prático destas mudanças. No início de cada estação os outfits antigos ficam de lado e são substituídos pelas novas tendências, que apenas vão durar seis meses, em alguns casos menos tempo.

Actualmente somos inundados por informação relacionada com o mundo da moda, tendências, looks a seguir, que nos chegam através de diversos meios: revistas de moda e lifestyle, websites, blogues especializados, televisão… Os meios de comunicação social, mostram-nos diariamente exemplos de estilo como os quais as pessoas se identificam, sejam eles de actores, cantores, modelos, entre outros, conteúdos que influenciam a forma de pensar no acto de compra.

À parte dos media, a cultura de rua é a maior influenciadora das sociedade quando se fala de moda. É nos locais públicos mais frequentados, e em todos os fashion hotspots que a moda é concebida. A influência da cultura popular acontece em qualquer sítio e a qualquer hora. De forma inconsciente as pessoas vão absorvendo as inspirações de vários locais e através de várias pessoas com as quais se identificam.

Mas todas estas mudanças na mente do consumidor, não são de agora. A procura constante de novidades, e a emergência de novas tendências, provocaram – ainda no início dos anos 80 -uma mudança no modo de funcionar das empresas de moda, levando-as a repensar os seus métodos, e criando uma abertura no mercado que conduziu ao aparecimento de empresas com um conceito diferente: Fast Fashion.

A procura de vantagens competitivas assim como preço, rápida resposta às tendências e às exigências do consumidor, revolucionaram o conceito que até então era o “normal”: duas colecções por ano produzidas em seis meses. O Fast Fashion, veio contrariar este facto, tendo como grande exemplo as marcas internacionais Zara, H&M, TopShop ou até mesmo a Primark.

Esta revolução nominada Fast Fashion, explica-se tão rápido como o seu nome. Envolve uma pesquisa directa no mercado, para se perceber a forma como a sociedade está a absorver as tendências; cria uma comunicação eficaz que interliga todos os departamentos da empresa; e apresenta uma variedade de produtos, inserindo as peças nas lojas ao longo de todo o ano. A tudo isto se adicionada a palavra: Rapidez. O objectivo principal é uma adaptação rápida às tendências do momento e a preços acessíveis, fazendo face a uma política de consumo. Variedade de estilos, rotatividade de stock e identificação dos artigos menos vendidos são as palavras de ordem.

Os mais atentos já devem ter reparado que estas lojas ficam situadas nas principais capitais mundiais, e em locais de grande prestígio, exibindo frequentemente montras novas que não passam despercebidas aos que ali passam. Todos estes elementos de imagem convidam o consumidor a entrar. Após a sua entrada, metade do percurso está feito. Lá dentro encontram-se sempre novidades, sendo traduzidas em cerca de 12 sub-colecções por estação. Toda a envolvência das lojas, desde a música, ao modo de exposição das peças fazem o consumidor comprar, e voltar na semana seguinte em busca de mais novidades.

O elemento essencial não é só o preço competitivo que permite adquirir produtos bem confeccionados e muito mais baratos, comparados com o das marcas famosas, é fundamentalmente o design atraente das roupas, a rapidez de oferta ao consumidor dando-lhe exactamente aquilo que deseja. Isto é a chave para o sucesso das marcas Fast Fashion, produzir só aquilo que se vende. Para o conseguirem valem-se de uma equipa de profissionais que têm como objectivo identificar as novas tendências mundiais. É aqui que entra, também, o trabalho dos Coolhunters, ou Caçadores de Tendências. As suas constantes viagens pelo mundo e a procura de locais onde possam estar os potenciais clientes, assim como exposições, bares, ruas ou universidades, permitem-lhes observar vários comportamentos interessantes e úteis do ponto de vista deste novo conceito. Dada a “rapidez” necessária do Fast Fashion, a informação recolhida pelos Coolhunters é enviada diariamente, para os departamentos de design, que mais uma vez, rapidamente a transformam em produto.

O Fast Fashion está para ficar. Com as marcas de luxo a descerem o número de vendas, muito por causa da crise, estas marcas low cost conseguem manter as vendas ultrapassando-se a si mesmas.

Por Bruno Brazão