quarta-feira, abril 30, 2008

Pobre Nobreza

A (des)mornarquia

Assim que soube que ia passar no terceiro canal da televisão nacional (no passado dia 27 de Abril) uma reportagem alargada sobre este tema, decidi que seria interessante visionar o que resta da aristocracia portuguesa nos tempos que correm.

Fiquei deveras impressionado com a ilustração dada pelos "ilustres" (pleonasmo propositado) duques, condes e condessas deste Portugal.

Pensei que estava a viver uma realidade virtual. Não acreditei no que vi e ouvi. Pensei que estivéssemos melhor representados do que estamos e que estaríamos em presença de personalidades de alto nível. Enganei-me.

Para que tal fosse verdade seria necessário que os duques tivessem outras preocupações sem ser as de limarem as unhas, jogarem bridge, fazerem colares, visitas guiadas a museus, plantações de "sei lá o quê" ou turismo rural vazio e cortarem o cabelo de forma tão duvidosa que se não fosse o título de varão que surgia em rodapé por baixo de cada imagem passada pensaria que se trataria de uma figura esquisita da sociedade.

Seria acima de tudo muito importante que aproveitassem as rendas que conseguem retirar das visitas guiadas aos seus palacetes e dos snacks que lá vendem para terem umas aulinhas de Português, que a universidade dos EUA em Paris, não foi capaz de ensinar enquanto frequentaram o curso de: "como casar com um príncipe em 30 dias". Sim, porque dizer que a árvore geneológica tem figuras "ilustradíssimas" (não será antes ilustríssimas?), ou referir que Itália é uma monarquia (?! - não sabia o Berlusconi Conde. Apenas o via como Padrinho) diz muito da realidade em que estes senhores vivem.

É de facto uma pena que de nobres e belas propriedades outrora grandes e luxuosos palacetes restem apenas as recordações, ou só mesmo a imaginação capaz de os remeter para esses tempos.

Agora, restam os dias do croquete em que se vai trabalhando para encher o físico, pois em casa o “t€mpo” é escasso e a ementa pouco varia. Mas a ostentação que carregam nas veias fá-los continuar com o seu ar altivo e a barba do século passado, cortada a rigor como nessa época, na tentativa de nos fazerem pensar… Afinal ele é um nobre!

Pena que as caganças não encham algibeiras nem tão pouco façam as pessoas felizes.

Assisti a uma peça televisiva que não dignifica a nobreza. Ou então que apenas se limitou a retratar a triste realidade de pessoas que simplesmente vivem num Mundo de sonho e ilusão na esperança tardia de que um dia D. Sebastião regresse no meio da neblina carregando consigo tudo aquilo que um dia ser Nobre significou, mas que sem dúvida, hoje, pelo menos em Portugal, não significa mais…

As veias por onde o Sangue azul corria, agora secaram. O que se conseguiu em tempos retirar está agora derramado num misto estranho de gentes e culturas que da nobreza do nosso belo país só herdaram o título e o sobrenome. Uma pena. Mesmo!

E viva o Rei! Que decerto não é, nem nunca será o pobre Duque de Bragança!

terça-feira, abril 22, 2008

Ferramentas Ocultas da Publicidade - Unbrief


Ferramenta de suporte ao desenvolvimento estratégico das campanhas, com especial enfoque na identificação da(s) Barreira(s) a ultrapassar pela comunicação, resolvida pela definição do Insight.

quinta-feira, abril 17, 2008

Time for a Kit Kat?

Estive recentemente como orador convidado no Encontro Nacional dos Estudantes de Marketing e Comunicação, aqui focado neste blog.

Tive o privilégio (mais uma vez) de ter estado diante de uma fantástica audiência, falando ao lado de um fantástico orador e amigo (Carlos Coelho). A certa altura da intervenção do Carlos ele referiu-se a algo que me deixou a pensar. Dizia ele "não vos vim aqui ensinar nada. Apenas vos ajudo a pensar. Aliás acho que vou deixar de dar conferências pois aquilo que vos vou falando não é novo e corro o risco de me tornar repetitivo..." - mais ou menos isto.

Este tópico fez-me pensar: nos últimos 3/4 anos terei dado mais de 50 conferências sobre estas temáticas do Marketing, Comunicação e Marcas. Mais de 2.000 alunos tiveram aulas comigo. Muita gente já me ouviu mais do que uma vez. Sinto que a imagem se desgasta e cansa. Sinto que é altura de parar para pensar e dizer: se calhar algum tempo sem conferências e palestras pode ajudar. Novos temas e novas formas precisam-se.

Manter as aulas mas deixar espaço para outros poderem falar.

Dirão uns: arrogante essa ideia; dirão outros: demasiado convencido....

Mas aqueles que diariamente estão comigo vêm o meu cansaço e a falta de tempo para fazer as coisas bem. Uma palestra ou conferência requer tempo, dedicação e empenho - quanto mais não seja pelo respeito que me merecem as audiências.

Qualquer das formas este é para já um sentimento. Não uma decisão. Apenas um desabafo.

quarta-feira, abril 09, 2008

Gestão do Pormenor - Atendimento - Um caso de Sucesso

Um fósforo, uma bala de menta, uma xicara de café e um jornal:

Estes quatro elementos fazem parte de uma das melhores histórias sobre atendimento que conhecemos.

Um homem conduzia há horas e, cansado da estrada, resolveu procurar um hotel ou uma pousada para descansar. Em poucos minutos, avistou um letreiro luminoso com o nome: Hotel Venetia.

Quando chegou à recepção, o hall do hotel estava iluminado com luz suave. Atrás do balcão, uma rapariga de rosto alegre saudou-o amavelmente: '-Bem-vindo ao Venetia!'

Três minutos depois dessa saudação, o hóspede já se encontrava confortavelmente instalado no seu quarto e impressionado com os procedimentos: tudo muito rápido e prático. No quarto, uma discreta opulência; uma cama, impecavelmente limpa, uma lareira, um fósforo apropriado em posição perfeitamente alinhada sobre a lareira, para ser riscado.

Era demais! Aquele homem que queria um quarto apenas para passar a noite começou a pensar que estava com sorte. Mudou de roupa para o jantar (a rapariga da recepção fizera o pedido no momento do registo).

A refeição foi tão deliciosa, como tudo o que tinha experimentado, naquele local, até então. Assinou a conta e retornou para o quarto. Fazia frio e ele estava ansioso pelo fogo da lareira.

Qual não foi a sua surpresa! Alguém já se havia antecipado, pois havia um lindo fogo crepitante na lareira.

A cama estava preparada, os travesseiros arrumados e uma bala de menta sobre cada um. Que noite agradável aquela! Na manhã seguinte, o hóspede acordou com um estranho borbulhar, vindo da casa de banho.

Saiu da cama para investigar. Simplesmente uma cafeteira ligada por um timer automático, estava a preparar o seu café e junto um cartão que dizia: 'A sua marca predileta de café. Bom apetite!'

Era mesmo! Como eles podiam saber deste detalhe? De repente, lembrou-se: no jantar perguntaram qual a sua marca preferida de café. Em seguida, ele ouve um leve toque na porta. Ao abrir, havia um jornal.

'Mas, como?! É o meu jornal! Como eles adivinharam? 'Mais uma vez, lembrou-se de quando se registou: a recepcionista havia perguntado qual o jornal que ele preferia.

O cliente deixou o hotel encantando.

Feliz pela sorte de ter ficado num lugar tão acolhedor.

Mas, o que esse hotel fizera mesmo de especial? Apenas ofereceram um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal.

Nunca se falou tanto na relação empresa-cliente como nos dias de hoje.

Milhões são gastos em planos mirabolantes de marketing e, no entanto, o cliente está cada vez mais insatisfeito mais desconfiado.

Mudamos o layout das lojas, pintamos as prateleiras,trocamos as embalagens, mas esquecemos-nos das pessoas.

O valor das pequenas coisas conta, e muito. A valorização do relacionamento com o cliente. Fazer com que ele perceba que é um parceiro importante!!!

A verdadeira felicidade está nos gestos mais simples do nosso dia-a-dia que na maioria das vezes passam despercebidos.

quarta-feira, abril 02, 2008

Paper - Como fazer - Ajudas úteis (artigo Brasileiro)

Paper – O que é e como fazer (Prof. Sergio Enrique Faria)

1- Conceito de paper

O paper, position paper ou posicionamento pessoal é um pequeno artigo científico a respeito de um tema pré-determinado. Sua elaboração consiste na discussão e divulgação de idéias, fatos, situações, métodos, técnicas, processos ou resultados de pesquisas científicas (bibliográfica, documental, experimental ou de campo), relacionadas a assuntos pertinentes a uma área de estudo.
Na elaboração de um paper, o autor irá desenvolver análises e argumentações, com objetividade e clareza, podendo considerar, também, opiniões de especialistas. Por sua reduzida dimensão e conteúdo, o paper difere de trabalhos científicos, como monografias, dissertações ou teses.


O paper deve ser redigido com estrita observância das regras da norma culta, objetividade, precisão e coerência. Devem ser evitadas as gírias, expressões coloquiais e que contenham juízos de valor ou adjetivos desnecessários. Também é preciso evitar explicações repetitivas ou supérfluas, ao mesmo tempo em que se deve cuidar para que o texto não seja compacto em demasia, o que pode prejudicar a sua compreensão. A definição do título do artigo deve corresponder, de forma adequada, ao conteúdo desenvolvido.

2- Propósitos do paper

De um modo geral, o paper é produzido para divulgar resultados de pesquisas científicas. Entretanto, esse tipo de trabalho também pode ser elaborado com os seguintes propósitos:
- Discutir aspectos de assuntos ainda pouco estudados ou não estudados (inovadores);
- Aprofundar discussões sobre assuntos já estudados e que pressupõem o alcance de novos resultados;
- Estudar temáticas clássicas sob enfoques contemporâneos;
- Aprofundar ou dar continuidade à análise dos resultados de pesquisas, a partir de novos enfoques ou perspectivas;
- Resgatar ou refutar resultados controversos ou que caracterizaram erros em processos de pesquisa, buscando a resolução satisfatória ou a explicação à controvérsia gerada.
Além desses objetivos, o paper pode abordar conceitos, idéias, teorias ou mesmo hipóteses de forma a discutí-los ou pormenorizar aspectos.
Ao produzir o artigo, o aluno inicia uma aproximação aos conceitos e à linguagem científica que necessitará desenvolver no momento da elaboração do trabalho de conclusão de curso.
A elaboração de artigos estimula, ainda, a análise e a crítica de conteúdos teóricos e de idéias de diferentes autores, contribuindo para que o aluno aprenda a sintetizar conceitos, fazer comparações, formular críticas sobre um determinado tema à luz de pressupostos teóricos ou de evidências empíricas já sistematizadas.

3- Elaboração do paper

Para que o conteúdo do paper seja bem trabalhado e fundamentado sugere-se que o mesmo tenha entre 10 e 15 páginas. Como o paper deve ser sempre fundamentado cientificamente, deve-se utilizar no mínimo 3 autores na pesquisa.
Antes de começar a escrever o artigo, é preciso que o autor primeiro reúna as informações e conhecimentos necessários por meio de livros, revistas, artigos e outros documentos de valor científico. Em seguida, deve-se organizar um esqueleto ou roteiro básico das idéias, iniciando com a apresentação geral do assunto e dos propósitos do artigo, seguidos da indicação das partes principais do tema e suas subdivisões e, por fim, destacando os aspectos a serem enfatizados no trabalho.
A elaboração deste plano é útil, em primeiro lugar, para sistematizar a comunicação a ser feita, evitando que o autor se perca durante a elaboração. Por outro lado, também auxilia como recurso pedagógico para reflexão e organização lógica das idéias a serem abordadas;
Em termos de procedimentos para a escrita de um artigo científico, é necessário observar os propósitos do trabalho a ser elaborado. Todavia, independente de ter propósitos distintos, o artigo científico deve apresentar a estrutura básica que caracteriza todos os tipos de trabalhos científicos ou acadêmicos: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.


Introdução
É o primeiro contato do leitor com a obra. Deve-se, nela, fazer o leitor entender com clareza o contexto da pesquisa, de forma didática. A introdução do paper tem, geralmente, uma ou duas páginas e deve abordar os seguintes elementos:
- Assunto/tema do artigo e seus objetivos;
- Justificativa do trabalho e sua importância teórica ou prática;
- Síntese da metodologia utilizada na pesquisa;
- Limitações quanto à extensão e profundidade do trabalho;
- Como o artigo está organizado.

Desenvolvimento (corpo do artigo)
O desenvolvimento é o elemento essencial da pesquisa, isto é, o seu coração, e no geral concentra de 80 a 90 por cento do total de páginas do relatório.
Nesta etapa o aluno deverá dividir o tema em discussão para uma maior clareza e compreensão por parte do leitor. É preciso evitar, porém, o excesso de subdivisões, cujos títulos devem ser curtos e adequados aos aspectos mais relevantes do conteúdo, motivando para a leitura. Vale ressaltar que as divisões, subdivisões e títulos do artigo não garantem a sua consistência ou importância. É preciso que as referidas partes e respectivas idéias estejam articuladas de forma lógica, conferindo ao conjunto a indispensável unidade e homogeneidade.
No desenvolvimento são apresentados os dados do estudo, incluindo a exposição e explicação das idéias e do material pesquisado, referencial teórico (apresentação de conceitos sistematizados com base na literatura), discussão e análise das informações colhidas e avaliação dos resultados, confrontando-se os dados obtidos na pesquisa e o conteúdo abordado nos referenciais teóricos.

Conclusão
A conclusão apresenta as informações que vão finalizar o trabalho buscando-se integrar todas as partes discutidas. É a dedução lógica do estudo, na qual destacam-se os seus resultados, relacionando-os aos objetivos propostos na introdução. Podem ser incluídas as limitações do trabalho, sugestões ou recomendações para outras pesquisas, porém de forma breve e sintética.
Em termo formais, a conclusão é uma exposição factual sobre o que foi investigado, analisado, interpretado; é uma síntese comentada das idéias essenciais e dos principais resultados obtidos, explicitados com precisão e clareza. Assim, a leitura da conclusão deve permitir ao leitor o entendimento de todo o trabalho desenvolvido, das particularidades da empresa aos resultados esperados na implantação do projeto proposto.

4-­ Quanto à forma de apresentação
O paper é apresentado, usualmente, seguindo-se as normas prescritas para apresentação de trabalhos acadêmicos, ressalvando-se os trabalhos preparados para eventos ou com fins de publicação em periódicos científicos, que devem atender aos critérios e modelos estabelecidos por seus organizadores e/ou editores. Como trabalho acadêmico, especificamente, o paper deve estar orientado pelas normas constantes no manual da própria faculdade, as quais são certamente baseadas nas normas da ABNT. Na apresentação do paper, é preciso realmente observar as orientações prescritas nos manuais, pois, caso isso não aconteça, corre-se o risco de comprometer a aprovação do artigo.

5- Avaliação
O paper pode ser avaliado segundo inúmeros critérios, decorrentes dos objetivos propostos pelo professor. Normalmente, os artigos científicos são elaborados por alunos que se encontram em fase final do curso de graduação, muito embora nada impeça que o professor os solicite em etapas anteriores, adequando-o às possibilidades e recursos já desenvolvidos por seus alunos.
Para a avaliação de artigos científicos, então, podem ser descritos vários critérios, tais como:

a) Quanto ao conteúdo:
- Clareza na apresentação dos objetivos, justificativa e importância do artigo;
- Identificação dos limites do artigo (definição do foco do artigo e dos aspectos que não serão abordados);
- Clareza na especificação das unidades de análise (como por exemplo: indivíduo, organização, sociedade);
- Demonstração de conhecimento suficiente sobre o assunto;
- Referencial teórico claramente identificado, coerente e adequado aos propósitos do artigo;
- Ausência de dispersão ou de redundância das informações/conteúdos;
- Apresentação de suposições (hipóteses) sustentadas em teorias e crenças consideradas verdadeiras a partir do paradigma do qual se originam; as suposições devem ser claras e justificadas;
- Coerência entre as informações e no encadeamento do raciocínio lógico;
- Ausência de saltos de raciocínio na passagem de um parágrafo para outro, ou de um conceito para outro;
- Elaboração de análise e síntese diante de conceitos teóricos semelhantes e/ou divergentes;
- Uso adequado de exemplos complementares para clarificar o significado do texto;
- Demonstração de argumentos ou provas suficientes para apoiar as conclusões;
- Articulação entre sugestões ou recomendações e as discussões apresentadas no texto;
- Originalidade e inovação do assunto abordado;
- Postura ética no trato do tema e desenvolvimento da análise (imparcialidade e equilíbrio).

b) Quanto à forma:
- Atendimento aos objetivos propostos;
- Objetividade, precisão e coerência na escrita do texto;
- Uso fiel das fontes mencionadas no artigo, com a correta relação com os fatos
analisados;
- Uso/seleção de literatura pertinente à análise;
- Linguagem acessível;
- Unidade e articulação do texto (encadeamento lógico);
- Elementos de transição entre parágrafos adequados ao sentido e à lógica dos
conteúdos;
- Afirmativas unívocas, sem duplo sentido;
- Coerência e padronização dos termos técnicos;
- Observância das regras da norma culta;
- Uso correto de citações devidamente referenciadas;
- Adequação do título ao conteúdo; resumo claro e informativo
- As normas técnicas de apresentação de trabalhos acadêmico-científicos determinadas são respeitadas?

O artigo pode ser rejeitado tanto pelo número acumulado de pequenas falhas em diversos critérios quanto pelo número excessivo de falhas num mesmo critério.